Descobertas de escrita em torno de um rinoceronte embalsamado



No dia 21 de fevereiro realizámos uma visita de estudo ao Museu Nacional de História Natural e Ciência. Quando entrámos cruzámo-nos de imediato com um animal embalsamado. Aproximámo-nos e algumas crianças afirmaram que era um rinoceronte!

- Será que é? – Perguntei-lhes.

- De certeza que está ali escrito! Está ali muita informação! – Respondeu a Maria Carolina.

- Pois está! Estão imensas letras! - Acrescentou a Maria Laura.

Quando olhámos para a placa que continha escrita vimos que a primeira letra era um “R”.

- Ah! É a letra do meu pai! É um “R” de “Ricardo”. - Afirmou o Manuel.

- E também é do Manuel! Um “R” de “Ribeiro” do apelido do Manuel. – Continuou o João.

 - E de “Rinoceronte”. “R” de Ricardo, “R” de Ribeiro e “R” de Rinoceronte. – Concluíram algumas crianças.

Através desta partilha de ideias acabámos por repetir algumas vezes estas três palavras, de forma a percebermos se de facto começavam todas por “R”, acabando por chegar a uma outra conclusão: “Rinoceronte”, “Ricardo” e “Ribeiro” começam pelo mesmo som, tem o som de “Ri”.

Mas as descobertas continuaram…

- Ali em cima da cabeça dele também tem um “R” deve ser mesmo um rinoceronte! - Afirmou o Gabriel.

- Está escrito nos cones! – Partilhou o João.

- Cones? – Perguntei.

- Não! Cornos! – Disse a Maria Carolina.

- Não! Chifres! – Continuou a Maria Inês.

- Ah! Sim, já me lembro! Eu já vi um rinoceronte com o meu pai e o meu pai disse-me que aquilo eram chifres! – Rematou o Afonso.

- Ah! Eu também já vi um rinoceronte no Jardim Zoológico! – Concluiu a Helena.

Observámos novamente a placa de informação e confirmei-lhes que a primeira palavra que lá estava era “Rinoceronte”, apontando com o meu dedo, ao mesmo tempo que lia a palavra, e algumas crianças aperceberam-se que havia ainda uma outra palavra à frente começada por “P”.

- Será que é um “P” de “Pedro”? – Comentaram algumas crianças.

Depois de algumas gargalhadas, concluímos que o rinoceronte não se deveria chamar Pedro e continuámos a pensar no que poderia ser, até que o João disse: “deve ser preto!”

Antes ainda de iniciarmos o programa da nossa visita fizemos imensas descobertas importantes, como dizia o João. Descobertas que surgem cada vez mais, frequentemente, por o nosso olhar estar desperto para o código escrito!



Educadora Marta Lanhoso