Como é que nos podemos apresentar através de uma carta?
Numa reunião da manhã partilhei com o grupo a ideia de fazermos
correspondência com a Sala da Selma, uma colega minha que é educadora de
infância numa sala do pré-escolar, noutra instituição. Esta ideia foi recebida
por todos com grande entusiasmo, da qual resultou uma conversa muito
interessante, uma vez que começámos logo a pensar o que é que lhes poderíamos
escrever, até que lhes perguntei: Como é que nos podemos apresentar? De início,
as sugestões eram todas em torno de um encontro presencial, “eles podem vir cá e depois nós dizemos olá
ou então vamos nós à escola deles”, sendo difícil de perceber esta ideia de
se conhecer alguém à distância, através de uma carta. Depois de muito
conversado o assunto, começaram a surgir as primeiras ideias e decidimos então
que cada um faria um autorretrato e escreveria o seu nome, para que os nossos
correspondentes pudessem ver como é que nós somos.
Durante a realização dos autorretratos várias crianças sentiram necessidade
de se observar primeiro ao espelho, tendo em atenção todos os pormenores/características,
quer a nível de cor como de tamanho. A escolha de materiais também diferiu mas
a maioria optou pelo uso de canetas.
No tempo curricular comparticipado dedicado às descobertas de escrita,
escrevemos a nossa carta coletiva, na qual partilhámos o nome do nosso colégio,
a forma como nos organizamos em sala e ainda explicámos a razão de termos feito
os nossos autorretratos. Neste momento, algumas crianças comentaram que os nossos
correspondentes iam querer saber, de certeza, como é que eu e a Telma somos,
desafiando-nos a fazermos o nosso autorretrato, uma vez que também fazemos
parte da sala.
Como gostamos muito de desafios, surgiu ainda a ideia de pedirmos à
Selma para não ler os nossos nomes e dar-lhes apenas pistas, caso eles precisem
de ajuda para os descobrir. Estamos muito curiosos em saber os nomes deles,
sobretudo se tem nomes iguais aos nossos.
No final da carta colocámos-lhes ainda algumas questões, como por
exemplo, se também tem áreas de trabalho na sala, se também usam mapas, se tem
aula de ginástica, entre outras.
Depois de terminados os autorretratos e a carta coletiva, decidimos
realizar uma capa e uma contracapa para reunirmos os autorretratos num livro e
criámos um género de um envelope grande onde coubesse a nossa carta, juntamente
com o livro. Por sugestão do João organizámos os autorretratos por ordem
alfabética e decorámos o envelope com as áreas e instrumentos da nossa sala. Já
no envelope guardámos um espaço para escrever o remetente e o destinatário,
aprendendo assim dois novos termos.
E desta forma demos início a este “caminho” de correspondência!
Educadora Marta Lanhoso