“Escrever com penas?!” Sim, é possível!
No momento
do “quero mostrar, contar e/ou escrever”, a Isabel quis mostrar ao grupo as
penas de pato que encontrou junto de sua casa. Como já tínhamos feito um
projeto sobre as penas de pombo que encontrámos no nosso jardim, rapidamente as
comparámos e percebemos que eram diferentes porque eram coloridas. Observámos
livros e imagens e, também, descobrimos que os patos podem ter penas de
diferentes cores.
Foi durante esse momento de pesquisa que viajámos até
à época medieval ao descobrirmos
que, há muitos anos, quando não existiam canetas nem tintas como as que
conhecemos, as pessoas utilizavam penas para escrever e faziam as suas próprias
tintas, algo que nos deixou um pouco perplexos.
Por
isso, primeiramente, escolhemos fazer uma pintura com as penas, utilizando‑as
de várias formas e com recurso às tintas que temos na sala.
Depois, pesquisámos como podíamos criar as
nossas próprias tintas. Antigamente, utilizava-se carvão, mas também
especiarias. Por isso, decidimos experimentar fazer tinta com caril e colorau, o
que perfumou a nossa sala durante alguns dias, dado o seu intenso aroma que
tanto apreciámos cheirar. Para além disso, utilizámos beterraba que triturámos e
à qual juntámos água e cola branca e, ainda, terra do nosso jardim.
Depois, muito
entusiasmados, fomos escrever com as penas de pato. Várias experimentações
foram realizadas, desde escrever o nome até à carta para o pai natal.
Durante este momento, algumas crianças foram
referindo a sua preferência relativamente ao escrever com penas ou canetas. Por
isso, num gráfico cada uma deu a sua opinião e, no final, pudemos constatar que
apesar de considerarem divertido escrever com penas, a maioria prefere escrever
com canetas, por ser “mais fácil”, como referiram algumas.
Assim,
através de uma forma contextualizada e significativa, conseguimos explorar a
funcionalidade da escrita e os seus aspetos figurativos, iniciando-se o
processo de apropriação da mesma, mas também introduzir a matemática através da
contagem numérica e da elaboração e interpretação de gráficos simples. Também, foi
ainda possível desenvolver a motricidade fina, a criatividade e estabelecer
relações entre o presente e o passado, ficando a conhecer-se algumas semelhanças
e diferenças.
Educadora
Inês.