Grupos de Escrita na Sala dos 5 anos
No tempo
curricular comparticipado, dedicado às descobertas de escrita, questionei cada
um sobre a sua atividade preferida e, a partir das respostas, dividimo-nos em
três grupos: o grupo dos legos, o grupo dos desenhos e o grupo da matemática. O
desafio para todos foi pensar como é que podiam inserir a escrita na sua
atividade preferida. Inicialmente, o feedback
geral foi de grande espanto, até começarem a surgir as primeiras ideias.
O grupo dos legos
decidiu recorrer às construções que tinham realizado e que estavam em exposição
no móvel. O ponto de partida do grupo foi discutir o nome da única personagem
que aparecia, o Sr. José, colocando-o no barco e decidindo que ele estava a
passear no rio Tejo. A partir daí, começaram aos poucos a interligá-lo com
todas as construções realizadas, colocando na história um pouco das suas vivências:
“O Sr. José vai ao Pingo Doce fazer as
compras da semana”.
O grupo dos
desenhos, de início ficou a observar os desenhos que tinham na parede e a
pensar o que é que podiam fazer, até que a Laura sugeriu irem ver os desenhos
uns dos outros. Cada um foi à sua gaveta tirar os seus desenhos para mostrar ao
grupo, concluindo que tinham muitos desenhos! Depois optaram por cada um selecionar
um desenho seu, até que concluíram que o melhor era escolherem um único
desenho. A partir daí, em conjunto, começaram a criar uma história para o
desenho da Laura, à volta de uma menina, chamada Maria, que fazia 2 anos!
Já o grupo da
matemática observou atentamente os materiais dispostos na área e revelou alguma
dificuldade de início a pensar como é que poderiam inserir a escrita, até que
decidiram criar uma personagem chamada Luísa que gostava muito de matemática e que
tinha construído uma escola na Madeira.
Posteriormente, numa
reunião da manhã, algumas crianças mencionaram que tínhamos de dar continuidade
às histórias e, nesse momento, questionei-os sobre o nome que poderíamos dar
para escrevermos no plano do dia, ao que o Gabriel respondeu: “acho que podia
ser grupos de escrita” e todos concordámos, começando a referirmo-nos a estes
momentos de grupos de escrita.
Retomámos então
os grupos de escrita:
No grupo dos
legos tiveram a ideia de fotografarmos as construções para servirem de
ilustração à história. Lembraram-se ainda de arranjar um logótipo do pingo doce
para colocar junto da construção do pingo doce. Depois de impressas as imagens,
dividiram tarefas entre todos, decidindo quem recortava, quem colava e quem
escrevia. Depois de registada a história e coladas as imagens das construções,
tiveram ainda a ideia de desenhar alguns pormenores a caneta e de recortar
alguns produtos do folheto do pingo doce para colar também na construção do
supermercado, até que se iniciou uma discussão: se deviam procurar só produtos
da marca pingo doce ou produtos no geral, decidindo colocar apenas os do pingo
doce, procedendo assim à classificação dos produtos. Esta questão foi
posteriormente partilhada com o grande grupo, explicando aos restantes amigos
como descobrir se os produtos são ou não da marca do pingo doce.
No grupo dos
desenhos, decidiram identificar cada um dos familiares presentes na festa,
atribuindo os nomes aos familiares de cada um dos membros do grupo, tornando
essa parte do texto um pouco extensa. Neste sentido, sugeri-lhes que
partilhassem a história com o grande grupo e que, em conjunto, pensássemos numa
forma de reduzir o texto. Lemos o texto algumas vezes e percebemos que a parte
mais extensa era a que referia os nomes de todos os familiares presentes, até
que a Maria Inês sugeriu escreverem antes que a Maria tinha convidado a família
toda para a sua festa. O grupo aceitou a sua sugestão e decidiram usar os
familiares pensados para a ilustração do texto, acrescentando duas folhas ao
desenho inicial com todos os pormenores criados pelo grupo.
O grupo da
matemática continuou a sua história, decidindo que a Luísa era educadora de
infância na sala dos 5 anos e que as suas crianças gostavam muito da área da
matemática! Em grupo, definiram quem é que escrevia e quem desenhava e assim
terminaram a sua história!
As histórias
ficaram todas muito originais! Para já exposemo-las na nossa sala mas já decidimos
que depois vamos transformá-las em livros para as colocarmos na nossa
biblioteca.
Através desta
“experiência” algumas das crianças começaram, espontaneamente, a criar
histórias nas suas brincadeiras, a pares ou em pequenos grupos, nas diferentes
áreas de trabalho.
Estão mesmo
crescidos!
Educadora Marta
Lanhoso