Semana das Artes e Expressões na Sala 1 ano B
Por vezes dizemos,
ou ouvimos dizer, que “a arte é para todos”, mas se refletirmos e prestarmos um
pouco de atenção, ainda encontramos ao nosso redor muitos obstáculos que dificultam
a nossa intenção de levar a arte até aos mais pequeninos ou talvez seja ainda
mais evidente a dificuldade de levar os mais pequeninos até à arte. As
programações e as agendas culturais subtilmente vão esquecendo os mais novos e
os museus, galerias, centros culturais e tantos outros espaços artísticos e
culturais restringem as entradas para crianças com idade superior a três anos.
A educação é um espaço de reflexão e, por isso, devemos questionar o porquê
destes constrangimentos se realmente acreditarmos que a arte é mesmo para todos
e que todos têm direito a apreciá-la e vivenciá-la. Nós acreditamos neste
direito e por esse motivo na semana passada vivemos intensamente a Semana das Artes e Expressões.
Começámos a
semana com uma sessão de ginástica à qual demos o nome de “O Equilibrista”. Sem
dúvida que o movimento é uma forma de expressão de excelência e que a sua
exploração permite a coordenação e consciencialização do corpo, mas devemos lembrar
que todo o movimento envolve algum elemento de estabilidade, sendo que quando
falamos de estabilidade nos referimos à habilidade de manter o equilíbrio.
Assim sendo, o professor Nuno preparou um circuito em que o principal objetivo
passou por proporcionar às crianças estímulos que as desafiassem a procurar o
equilíbrio. Cada um, na sua vez, explorou este circuito e pôs à prova a sua
capacidade de se equilibrar.
No dia seguinte, fechámos
as janelas e a porta da sala, escurecemos um pouco o espaço e olhámos para
cima. Sim, para cima! Isto porque foi no teto que vimos uma projeção de várias
pinturas referentes ao movimento artístico do Surrealismo. Se há coisa que a
nossa sala e a arte têm em comum é que nenhuma delas combina com o
convencional. Experimentamos o que é diferente, o que normalmente não se faz e
não se explora e, assim sendo, porque não fazer acontecer coisas também no
teto? Foi isso que fizemos e assim sucedeu o momento Projet’ARTE. Ao som do compositor francês Yann Tiersen, vimos o nosso
teto ser invadido por pinturas que todos observaram com muita atenção. Sem
exceção, todos os nossos meninos estiveram bastante atentos. Uns sentados,
outros deitados no colchão, todos olharam para cima e foram observando e
apontando para as diferentes imagens, as cenas nelas representadas e as cores
combinadas.
Na quinta-feira,
todos vestimos uma roupa de artistas. Aquela roupa em que deixamos cair as
marcas da exploração livre e espontânea, própria de qualquer momento de criação
artística. Esticámos um tecido branco no chão da sala e fizemos Gotas e salpicos ao estilo de Pollock. Mas
não só de salpicos se fez este momento. Mais do que salpicar ao estilo de Pollock, os nossos pequeninos exploraram as
tintas, os pincéis e as cores. Nas mãos, nos pés e nos cabelos ficaram as
marcas de uma manhã em que não tivemos medo de nos sujarmos e em que fizemos
jus ao nome desta semana, porque verdadeiramente nos expressámos (sem limites).
Confesso que, para alguns, o pior foi quando interrompemos a exploração, mas temos
de compreender que nenhum artista gosta de ser interrompido durante a sua
criação.
A semana terminou
em grande quando recebemos no Colégio a Associação Cultural “Teatro no Biombo”.
Os estímulos foram diversos. Cores, lenços, bolas luminosas, sons e movimentos
recheados de expressividade a par de muitos momentos de interação entre atores
e crianças fizeram com que encerrássemos da melhor forma esta semana tão
artística, mas isso nunca será sinónimo de termos colocado de lado as expressões
e as artes que queremos sempre presentes no nosso quotidiano e na nossa sala. Afinal,
acreditamos que viver e experienciar a arte é fundamental na primeira infância
e tem um impacto fundamental no desenvolvimento holístico das crianças.
Educ. Andreia