Quantas peças tem a mota do Guilherme?- 5 anos
Numa reunião da manhã, no momento do mostrar,
contar ou escrever, o Guilherme mostrou-nos uma produção de uma mota que
tinha feito com a sua mãe. Ao observarmos a dita mota surgiram logo algumas
questões, como por exemplo, se tinham usado muita cola para colarem as peças,
ao que o Guilherme nos explicou que não, que era só preciso passar cada uma das
peças por um pano molhado e depois a peça ficava colada na folha de papel.
Enquanto observávamos a mota, o Guilherme partilhou também que gostava de fazer
alguma coisa com a sua produção. Algumas crianças sugeriram criarmos uma
história mas, uma vez que já tínhamos algumas histórias em curso,
perguntei-lhes se não poderíamos trabalhar a mota de uma outra forma, até que o
Gabriel sugeriu utilizarmos a mota numa tarde de matemática, para descobrirmos
quantas peças tinha.
Na tarde de matemática combinada propus-lhes que se dividissem em quatro
grupos, tentando agrupar grupos diferentes, isto é, com crianças que ainda não
tinham tido a oportunidade de trabalharem juntas, para que juntas
experimentassem resolver um problema: descobrir quantas peças tem a mota que o
Guilherme fez. Durante essa tarde os quatro grupos estiveram reunidos,
recorrendo a diferentes estratégias para obterem a resposta à pergunta inicial.
Posteriormente, um grupo de cada vez comunicou a sua estratégia, com o
grande grupo:
Grupo 1
Nós para contar
pusemos números. Nós pusemos os números nas pecinhas da mota porque assim se
nos esquecêssemos era só vermos o último número. Quando os amigos não sabiam
íamos ver à Casa dos Números. No final contámos tudo e deu 66 peças e a ideia
foi da Maria Inês.
Grupo 2
Nós contámos tudo e
depois escrevemos o número. Depois a Marta sugeriu fazermos umas bolinhas nas
peças para sabermos quais é que já contámos. Tivemos de contar muitas vezes
para termos a certeza.
Grupo 3
Nós conseguimos
descobrir quantas peças tem a mota do Gui mas ficámos um pouco baralhados por
isso arranjámos uma ideia, a do Manel, de fazermos um x nas peças que íamos
contando. A Júlia dividiu a mota com esta linha e de um lado contámos 26 e do
outro 40. Depois a Marta ajudou-nos a contar tudo, apontava com a caneta e nós
contávamos. Se fizemos a conta bem também nos deu 66.
Grupo 4
Nós estivemos a
dividir a mota em várias partes, com a caneta e depois contámos várias vezes e fizemos
a conta (4+12+13+8+16+13=66) e deu-nos 66.
Após as quatro comunicações chegámos todos à conclusão que três grupos
chegaram a um resultado e outro grupo a outro. Em grande grupo formulámos
novamente hipóteses e o pequeno grupo decidiu utilizar a estratégia do “grupo 1”,
de escrever os números nas peças da mota, obtendo assim o mesmo resultado dos
outros (66).
Desta forma, descobrimos que existem vários caminhos/estratégias de
resolver um problema, sendo visível a cara de surpresa uns dos outros ao ouvirem
os amigos a apresentar outras formas de chegar ao mesmo resultado.
Posteriormente, também numa reunião da manhã, fomos
surpreendidos pelo Guilherme que nos trouxe o material com que tinha realizado
a mota, para que nós pudéssemos experimentá-lo. Ficámos logo muito
entusiasmados e num momento em grande grupo estivemos a pensar no que é que
podíamos “construir” com as peças e decidimos fazer uma produção de uma cara de
um gato. Primeiro, a Maria desenhou a cara do gato com caneta e, depois
seguimos com muita atenção as indicações do Guilherme e todos tivemos a
oportunidade de explorar este material. Adorámos! Obrigada pela partilha!
Educadora Marta Lanhoso