Para onde vamos quando desaparecemos?
Na
turma do 4.º ano as questões acerca do mundo que nos rodeia são cada vez mais
complexas. Nesse sentido, temos dado continuidade aos momentos de projetos, em
que os alunos se questionam, pesquisam, organizam ideias, refletem e partilham
os seus saberes uns com os outros.
Num
dos momentos de partilha entre a turma, surgiu o tema da morte e com ele todas
as ideias preconcebidas associadas, desde o medo do desconhecido à certeza e
convicção da fé. Assim, seguimos as sugestões da professora Joana Gonzaga
(professora de apoio) e explorámos em sala dois livros da autora Isabel Minhós
Martins que aconselhamos vivamente a pequenos e graúdos.
Começámos
por um momento de leitura, dinamizado por mim, da história “Cem sementes que
voaram”. Esta história fala-nos de uma árvore muito esperançosa e de cem
sementes que voaram, acabando por se separarem e irem para sítios bem
distantes, uns melhores que outros. A dada altura, parece que já não há motivos
para sorrir e que tudo corre mal, mas a história vai-nos lembrando que a árvore
era muito esperançosa. Quantas vezes na nossa vida também não nos questionamos
se as coisas vão mesmo correr bem, sobretudo em situações em que tudo parece
mau? Pois nesta história, esta dúvida não é exceção mas a esperança venceu e
tal como a árvore nos ensinou “…muitas vezes, para tudo correr bem, basta saber
esperar.”
No
final do momento de leitura, os alunos trocaram ideias, opiniões e diferentes
interpretações da mesma, mas todos com um sorriso. Surgiu assim a ideia de
construirmos a frase “Vai correr tudo bem.” e de a colocarmos à entrada da
nossa sala. Tal como a árvore, queremos lembrar-nos que independentemente do
que aconteça “vai correr tudo bem”.
Ainda no seguimento desta temática, explorámos também
a história “Para onde vamos quando desaparecemos?”. Com ela, fizemos uma grande
viagem pelas diferentes coisas que existem no mundo e pelos sítios para onde
vão quando desaparecem. As meias, por exemplo, muitas vezes quando desaparecem
vamos encontra-las no fundo da cama. As rochas, quando desaparecem levadas pela
persistência dos ventos e das marés, transformam-se em areia. A areia, quando
desaparece, viaja até ao fundo do mar. As nuvens, o sol, a neve, entre tantas
outras coisas, afinal para onde vão quando desaparecem?
Percebemos
com esta história que nada dura para
sempre e que cada um diz coisas diferentes sobre os sítios para onde vamos.
Mas, tal como a autora nos diz “O nada
é um sítio demasiado vazio para alguém estar. E se formos todos lá parar,
deixará de ser o nada em menos de nada.”
Para
terminar, deixamo-vos com algumas das ideias dos nossos meninos, acerca da
questão “Para onde vamos quando desaparecemos?”.
“Para
debaixo da terra, a dormir para sempre.”
“Para
a casa de banho, escondidos.”
“Para
o céu e ficamos a ver as pessoas cá em baixo.”
“Vamos
procurar a polícia e os nossos pais.”
“Vamos
para o céu e depois voltamos a nascer, como as nuvens e o ciclo da água.”
“O
nosso corpo fica debaixo da terra até ficar em cinzas, mas a nossa alma vai
para o céu.”
“Vamos
para o fundo do mar e transformamo-nos em animais marinhos.”
“Somos
enterrados, mas a nossa alma vai para o coração de quem gosta de nós.”
E
desse lado, o que pensam sobre esta temática?
Não
deixem de espreitar as nossas sugestões de leitura.
Professora
Bárbara Ribeiro